O silêncio, em alguns momentos, fere mais que mil palavras mal pronunciadas.
O segredo de qualquer relação é o DIÁLOGO – o diálogo centrado no respeito, no saber ouvir e em lidar com o diferente da gente.
Quando nos omitimos vivemos enganos, desencontros, desperdício de felicidade e afeto; sentimentos desnecessários para nós e para quem faz parte de nossa vida.
Tudo isso porque silenciamos ao invés de esclarecer ou porque achamos que exprimindo o que sentimos estaremos nos comprometendo demais com a outra pessoa.
Deveríamos falar daquilo que nos assusta e, principalmente, daquilo que nos afasta do outro. Deveríamos refletir muito sobre o “por quê” do silêncio e falar quando as pessoas merecessem, quando elas necessitassem ouvir uma resposta.
Acredito na palavra bem dita, porém aquela situação do olho no olho: “Venha cá, vamos conversar?”, nem sempre se faz possível, mas em geral é muito mais acertada e muito mais saudável do que o silêncio ou as palavras “varridas para baixo do tapete”.
O silêncio só é bom quando compartilhamos, por meio dele, ternura e entendimento. O mal está no silêncio ressentido, no qual se acumulam impressões e amarguras – o vazio cresce e a mágoa finda por distanciar pessoas sob o mesmo teto, na mesma cama, na mesma vida.
Nada foi dito quando tudo precisava ser falado. Isso porque, em alguns momentos, silenciamos por medo do outro, de nós mesmos e da própria vida que se contém diante de tantos silêncios mal resolvidos.
Por vezes, preferimos viver no silêncio que nos faz tão infelizes a falar o que sentimos e pensamos.
Falar faz parte da nossa existência, com ela nos damos conta da existência do outro, do respeito que o outro e que nós mesmos merecemos, do valor que damos aos sentimentos das pessoas e à elas próprias. Com palavras bem ditas e verdadeiras nos entregamos, consentimos, curamos feridas, demonstramos carinho e valorização.
Diante dos avessos da vida, acredito que silenciar não seja a atitude mais sábia, mas sim, saber falar, com a voz do coração, da forma como gostaríamos que o outro falasse conosco se estivéssemos em seu lugar.