domingo, 15 de agosto de 2010

Eu quero saber...


Não me importa o que você faz para sobreviver. Quero saber qual a sua dor e se você tem coragem de ir ao encontro daquilo que o seu coração anseia.

Quero saber se você arriscaria se parecer com um louco por amor, pelos seus sonhos, por um projeto ou pela aventura de estar vivo.

Não me importa saber quais planetas estão quadrando a sua lua. Quero saber se você tocou o âmago de sua tristeza, se as traições da vida lhe ensinaram algo ou se você se omitiu por medo de sofrer.

Quero saber se você consegue sentar-se com as dores, minhas ou suas, sem se empenhar para escondê-las ou diluí-las.

Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se pode dançar, com selvageria, e deixar o êxtase preenchê-lo até o limite, sem se lembrar de suas limitações de ser humano.

Não me importa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro para si mesmo, se você pode suportar a acusação de uma traição e não trair a sua própria alma. Quero saber se você pode ser fiel e, conseqüentemente, fidedigno.

Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza, ainda que não sejam belos todos os dias, e se pode perceber na sua vida a presença de Deus, ou do Cosmos, ou daquilo que acredite que seja maior e transcendente.

Quero saber se você pode viver com as falhas, suas e minhas, e ainda estar em pé, à beira do lago, e gritar para o prateado da lua cheia: “Sim”!

Não me importa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem, quero saber se você pode se levantar depois de uma noite de pesar e desespero, exausto, e fazer tudo aquilo que tem de ser feito.

Não me importa saber quem você é, ou como veio parar aqui, quero saber se você estará ao meu lado, no centro do fogo, sem recuar.

Não me importa saber onde, o quê, ou com quem você estudou, quero saber o que sustenta o seu interior quando todo o resto desaba.

Quero saber se você pode estar só consigo mesmo e se, verdadeiramente, gosta da companhia que carrega em seus momentos vazios.

Quero saber quem é você, quais são os seus valores, o que te rege?