quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Minha razão chamou isso de egoísmo...


Não consigo imaginar a felicidade sem o amor-próprio. Eles andam juntos. Para sermos felizes, a meu ver, é preciso respeitar a nós mesmos e as nossas necessidades. Depois que aprendi a dizer NÃO e a aceitar as minhas inquietudes comecei a enxergar a vida sob uma nova ótica. Quantas vezes, deixei de ser eu mesma para agradar fulano, cicrano e beltrano? E para quê? Para integrar uma convenção social cheia de falso moralismo? Por tudo isso, hoje posso dizer que sou eu mesma e quando me sinto coagida e não sigo com a minha verdade, fico de mau-humor, meu corpo fala e, nesse momento, demonstro, com facilidade, o que gosto e o que não gosto, o que quero e o que não quero. Confesso que, ao mesmo tempo, atraio olhares desagradáveis. Sei que muitos carregam uma opinião formada a meu respeito, mas é o preço que pago para ficar bem comigo mesma. Depois que você aprende que não vale a pena agir de forma contrária aos seus princípios para agradar outrem, você consegue assumir as conseqüências dos seus atos sem aquela "pontinha" de culpa. Aliás, essa, por sua vez, para mim, é a grande vilã da mente humana. O sentimento de culpa é que estimula a nossa covardia. "Não, não vou respeitar meu amor-próprio, porque talvez me arrependa, talvez o outro não entenda, sabe? E aí prefiro agradar ao outro do que a mim mesma". Parece que tudo isso que estou escrevendo é egoísmo extremo mas, assim como bem disse Chaplin, "minha razão chamou isso de egoísmo, mas hoje eu sei que é amor-próprio".

E, amor-próprio, consiste no simples fato de você não deixar ninguém lhe colocar para baixo ou subestimar a sua capacidade. Amor-próprio não se vende e nem se compra. Ele está aqui dentro de nós. Por isso, basta olhar para si mesmo e enxergar o quanto você é importante e especial. Clarice Lispector também aborda isso: "O que é, verdadeiramente, imoral é ter desistido de si mesmo". E quando desistimos de nós mesmos é sinal de que não temos mais amor-próprio, sinal de que é necessário voltar a cuidar do nosso jardim, diariamente. Somos o que comemos, o que falamos, o que pensamos.

Cada um tem seu valor e, para mim, cada um é um só. Somos únicos. Temos valores que nenhuma outra pessoa tem. Isso porque, a experiência individual é sujeita a diversas interpretações e as percepções mudam. Por isso, o amor-próprio é peça fundamental para uma vida saudável, porém a ausência desse amor é bastante comum nos dias de hoje, haja vista o aumento do número de pessoas depressivas e que buscam, na morte, a solução para sua infelicidade. O amor-próprio deve ser regado dia após dia e, se alguém insistir em tirá-lo, aja. Valorize-se.

O texto ficou um pouco confuso mas, essencialmente, eu quis dizer que:


"Quando me amei de verdade,
comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável.
Isso quer dizer:
pessoas, tarefas, crenças e qualquer coisa que me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoísmo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio"